sábado, 7 de maio de 2011

Fatos e Lendas: 5 tratamentos medievais que você não gostaria de fazer (Parte I)


      Faz um bom tempo que não posto nada novo na seção Fatos e Lendas. Na sessão de hoje vou mostrar alguns tratamentos na era medieval que você não gostaria de fazer se estivesse doente. Preparado? Então vamos lá. Na era medieval os cirurgiões não tinham grandes conhecimentos de anatomia, pois a igreja proíbia o estudo de cadáveres humanos. Ser submetido a uma cirurgia era sua última opção, uma vez que pouca gente sobrevivia aos procedimentos. Em geral o procedimento cirúrgico se limitava a amputar e cortar. No começo, os cirurgiões eram em sua maioria monges, pois nos mosteiros estavam os livros sobre medicina. Em 1215, o papa proibiu a prática da cirurgia pelo clero. A tarefa foi executada por fazendeiros que tinham prática em tratamento de animais. Com o surgimento das universidades (controladas pela Igreja), pessoas de melhor poder aquisitivo (nobres e burgueses ricos) passaram a estudar a prática da medicina.  


     A anestesia também não era um opção muito viável. Em geral, a anestesia era uma "poção mágica" para fazer o paciente dormir. O problema é que algumas vezes a poção era fatal. Uma mistura de suco de alho, suco de cicuta, ópio, vinagre e vinho era um dos anestésicos utilizados. O problema é que o suco de cicuta é um poderoso veneno. Quando dado ao paciente podia induzir uma parada respiratória. Outra opção bastante utilizada era embebedar o paciente até ele cair de bêbado. Vou listar abaixo algumas doenças e seu tratamento:

1) Catarata - É uma doença comum na velhica, que consiste na perda de tranparência do cristalino, que se torna opaco e o paciente cegoUma operação de catarata incluía a inserção de uma faca ou de uma agulha pela córnea, forçando as lentes do olho até o fundo do órgão. Posteriormente, uma seringa era usada para extrair por sucção a catarata. O procedimento era muito doloroso e, em geral, não produzia um bom resultado.

2) Bexiga obstruída - a retenção urinária era um mal-comum bastante frequente por causa da sífilis. Para resolves o problema um fino tubo de ferro era introduzido pela uretra até alcançar a bexiga (isso devia doer horrores - #fato).


3) Toque real - Na Idade Média, era bastante comum uma doença, chamada escrófula. Essa doença de nome estranho já quase não existe mais atualmente porque o leite é pasteurizado. As crianças era um alvo comum desta enfermidade causada pela ingestão de leite de vaca com mastite tuberculosa. Os gânglios, situado em geral no pescoço, inchavam e inflamavam, expelindo um pus viscoso. E onde esse toque real entra na história? A Igreja fazia o povo crer que o toque do rei podia curar a doença. Então em um determinado dia a criança era levada à presença do rei, que dizia "Eu te toco, Deus te cura". Por causa disso a doença era conhecida como mal du roi na França e king's evil na Inglaterra. A cura pelas mãos do rei reforçava a crença popular de que o rei tinha poderes divinos. A verdade é que a doença regredia naturalmente e não precisava de nenhum toque. Os doentes também eram levados para locais santos e alguns desses caminhos são usados até hoje para peregrinação.


4) Lavagem intestinal - Na era medieval, uma espécie de supositório já existia. O instrumento era um longo tubo metálico terminado em forma de funil que era inserido no ânus do paciente. Para a lavagem eram usados: água morna, vinagre e outros preparados, como bile de javali duluídos. Uma curiosidade adicional sobre lavagens: ela se tornou moda na França entre os séculos 16 e 17. Só o rei Luís XIV fez cerca de 2 mil lavagens; algumas vezes na presença da sua corte reunida para testemunhar a cerimônia.



5) Pedra nos rins - Vou avisar só uma vez! Não leia (é sério)! Porque isso, sim devia doer horrores. No caso de pedra nos rins era necessário a ajuda de um assistente forte. O paciente fica atado ao assistente, nu, de costas para o médico, que inseria os dois dedos da mão direita no anûs do (azarado e infeliz) paciente, enquanto a mão esquerda para apalpar o abdomên do paciente (violentado). Nesse exame de tato, o médico tentava achar um volume irregular. Uma vez achado, o paciente (que nessa altura devia desejar a morte) era preparado para a "cirurgia". O infeliz ficava dois dias em jejum e no terceiro dia, o médico repetia o procedimento anal (acho que agora o exame de próstata não parece tão ruim - brincadeira, o exame ainda parece ruim!!!). Desta vez o médico ao localizar a pedra, ia forçando a mesma até a uretra. Dali ele enfiava um instrumento pelo oríficio da uretra e extraía a pedra. Pesquisar sobre este procedimento me deu calafrios. É sério! Eu não queria estar na pele do infeliz!      



Espero que tenham gostado (ou não) deste tópico. Semana que vem trago mais alguns tratamentos medievais. Se tiverem sugestões de temas medievais sejam bem-vindos para deixar uma mensagem. Abraços a todos!


Se quiserem saber sobre mais fatos e lendas basta clicar aqui.


Fontes: http://historianovest.blogspot.com/2009/06/medicina-na-idade-media-doutor-sinistro.html
            http://www.sofadasala.com/pesquisa/medicinanaidademedia.htm


     

8 comentários:

Clodoveu Júnior disse...

Ei Felipe...

Confira a sinopse do seu livro que fiz no meu blog...

http://abstraia-se.blogspot.com/


Abraços cara!!!

Felipe Santos disse...

Olá Clodoveu! Já li sua resenha e gostei bastante. Obrigado mais uma vez pelo apoio! Abraços!!!!

Claudia disse...

Aiiiiiii que nervoso!
Tinha que ter mto sangue frio, tanto pra se submeter a tais procedimentos, quanto para ser o "médico"!! CRUZ CREDO!!!
=D

Felipe Santos disse...

Pois é. Sangue frio e desespero para ser mais exato, não é?

Thatiana disse...

que horror!!!!!!!!!!!! ainda bem que eu não nasci na idade média....

coitado de quem tinha pedra nos rins (eu me matava logo...), e o rei da França hein, gostava de um tubinho metálico entrando pelo seu orifício anal...rsrsrs

Felipe Santos disse...

Huahuahauhaua! Com certeza um horror mesmo. Pior eram os reis pilantras se fazendo de curadores divinos. Eu também não queria ter pedras nos rins nessa época.

Rebecca Agra disse...

Credooooo!

Felipe Santos disse...

Te entendo, Rebecca. Te entendo...

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